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Roteamento por estado de enlace

No roteamento por estado de enlace, a métrica é, por padrão, a velocidade para se chegar ao destino, ou seja, a velocidade para se entregar o datagrama até a rede de destino é o que importa. Observe o diagrama abaixo:

No diagrama acima, Alice, enviou um datagrama para o roteador “R1” que deve encaminhá-lo até Bob. Ele pode fazer isso via “R2”, “R3” ou “R4”. Como estamos utilizando a métrica de estado de enlace, a melhor opção é rota é “via R1”, pois a velocidade das conexões são de 1Gbps, mesmo que possua 4 saltos.

O cálculo da velocidade é realizado computado a soma do inverso da velocidade (1/velocidade) de cada um dos enlaces individuais. Para isto utiliza-se o algoritmo Dijkstra.

Um protocolo de roteamento que implementa o protocolo de estado de enlace é o protocolo OSPF (Open Shortest Path First, RFC 1131). Sua primeira versão foi escrita em 1989 e versão mais nova do OSPF é de 1991 (RFC 1247).

No protocolo OSPF, todos os roteadores possuem um banco de dados completo com informações de cada um dos enlaces da rede.

Geralmente o OSPF é configurado de forma que os roteadores concentram a sua comunicação com um roteador central, conhecido como roteador designado (DR, Designated Router). Se um dos enlaces falha, ele automaticamente notifica o roteador designado sobre a falha, e este então notifica todos os demais roteadores. Caso o roteador designado falhe, existe um backup, conhecido como BDR (Backup Designated Router).  Essas atualizações automáticas melhoram consideravelmente o tempo de convergência, diminuindo a existência de loops na rede.

O OSPF possui muitas vantagens em relação ao RIP, sendo atualmente um dos protocolos de roteamento interno mais adotados no mundo. No entanto é importante mencionar, que os roteadores que utilizam o protocolo OSPF devem possuir mais memória e capacidade de processamento quando comparados com os roteadores com o RIP. Isso acontece porque os roteadores OSPF mantém o banco de dados com todos os enlaces das redes e precisam executar o algoritmo Dijkstra quando há mudanças na topologia da rede. Toda via, com a evolução tecnológica, todos os roteadores contemporâneos suportam o OSPF.

Para saber mais

Existem inúmeros outros protocolos de roteamento.

O protocolo de roteamento externo (EGP) utilizando entre os sistemas autônomos é BGP (Border Gateay Protocol), especificado de acordo com a RFC 4721 [https://tools.ietf.org/html/rfc4271]. O NIC.BR possui um excelente vídeo que explica os sistemas autônomos e como eles se interconectam. [https://www.youtube.com/watch?v=C5qNAT_j63M]

Também existem outros protocolos de roteamento interno (IGP). Entre eles, podemos citar o IS-IS, muito utilizado na Europa e o EIGRP (Enhanced Internet Gateway Routing Protocol, ou protocolo de roteamento de gateway da internet avançado, RFC 7868 [https://tools.ietf.org/html/rfc7868]), que originalmente era proprietário da Cisco.

Neste post, você conheceu informações sobreo Roteamento por Estado de Enlace. Roteamento é a forma pelo qual os computadores entregam as informações desde a origem até o destino. Você pode ler nosso post sobre Roteamento Dinâmico e e Roteamento por vetor de distância.